top of page
Buscar

Conseguimos ingerir todos os nutrientes necessários?

  • Foto do escritor: Lutero Koch Jung
    Lutero Koch Jung
  • 19 de jun.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 20 de jun.

ree

Por que os alimentos de hoje têm menos nutrientes do que antes? E como a agricultura regenerativa pode ajudar


Nas últimas décadas, o valor nutricional dos alimentos que chegam ao nosso prato tem diminuído de forma preocupante. Mesmo uma alimentação considerada “variada” pode não garantir os nutrientes essenciais em quantidades ideais — e um dos principais motivos é a perda da densidade nutricional dos alimentos cultivados em larga escala.


A perda da densidade nutricional


Estudos comparativos mostram que frutas, legumes e vegetais cultivados hoje contêm menos vitaminas, minerais e compostos bioativos do que aqueles colhidos há 50 ou 60 anos. Por exemplo:


• Um estudo publicado no Journal of the American College of Nutrition (Davis et al., 2004) analisou dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) e identificou quedas significativas no teor de proteínas, cálcio, ferro, fósforo, riboflavina e vitamina C em 43 vegetais analisados entre 1950 e 1999.


• O The British Food Journal também documentou declínios similares em alimentos no Reino Unido, como a redução de até 76% do cobre em alguns vegetais entre 1940 e 1991 (Thomas, 2003).


Por que isso acontece?

A agricultura extensiva moderna, baseada em monoculturas, fertilizantes químicos e pesticidas, prioriza volume e rapidez de produção, não qualidade nutricional. Isso resulta em:

• Empobrecimento do solo: solos degradados perdem sua capacidade de fornecer micronutrientes às plantas.


• Crescimento acelerado: plantas colhidas muito rapidamente acumulam menos compostos bioativos.


• Cultivares modificadas: espécies modernas priorizam aparência e durabilidade, não valor nutricional.


Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), 33% dos solos do mundo estão degradados, afetando diretamente a saúde das plantas e, por consequência, dos seres humanos.


Agricultura regenerativa: uma solução possível

agricultura regenerativa propõe um caminho de volta à harmonia com a natureza. Mais do que sustentável, ela visa restaurar a saúde do solo, a biodiversidade e o equilíbrio ecológico.

Ela inclui práticas como:

• Rotação de culturas e uso de policultivos

• Adubação orgânica e compostagem

• Cobertura vegetal e não revolvimento do solo

• Integração entre agricultura e criação animal

• Plantio direto e uso de microrganismos benéficos ao solo


Rodale Institute, referência mundial em agricultura regenerativa, demonstrou em seus estudos que sistemas regenerativos podem manter (ou até superar) a produtividade da agricultura convencional e, ao mesmo tempo, produzir alimentos com maior valor nutricional e menos resíduos químicos.


O que isso significa para a saúde?

• Mesmo pessoas que “comem bem” podem apresentar carências de nutrientes essenciais.


• Por isso, em algumas situações, a suplementação individualizada e a escolha de alimentos de alta densidade nutricional (como orgânicos, locais e de sistemas regenerativos) tornam-se estratégias importantes.


Referências

• Davis DR, Epp MD, Riordan HD. “Changes in USDA food composition data for 43 garden crops, 1950 to 1999.” Journal of the American College of Nutrition. 2004;23(6):669–682.

• Thomas D. “A study on the mineral depletion of the foods available to us as a nation over the period 1940 to 1991.” The British Food Journal. 2003;105(7):434–445.

• FAO. Status of the World’s Soil Resources: Main Report. Rome, FAO; 2015.

• Rodale Institute. The Farming Systems Trial 2020 Report. Disponível em: rodaleinstitute.org

 
 
 

Comentários


bottom of page